Eu não gosto de Beatles

É sério, não gosto mesmo. É um direito que me assiste. Se depender de mim meus filhos nunca ouvirão nada deles.
Não quer dizer que eu não respeite a história, sua tragetória. Mas eu não sou obrigada a gostar.
Ah, mas todo mundo gosta... Os caras fizeram sucesso...
Eu não sou o sensu comum. Tenho opinião própria. Não me agrada e pronto!


A mesma coisa se aplica ao meu gosto na dança.

Eu não gosto do contemporâneo que se faz no RS. NÃO GOSTO! Acho chato, sem sentido, entediante e, na maior parte do que já vi, sem ao menos uma boa técnica que salve.  Ballet também anda sofrível... Gente, dança é arte! E como diz um PROFISSIONAL (em letras garrafais mesmo pq ele é muito bom): Tu medes a qualidade da arte pelo tanto que ela é capaz de transmitir. E o que tenho visto é uma competição de virtuoses, quem gira mais, quem tem o pé mais “perfeito”, a perna que levanta mais alto. As personagens dos ballets praticamente esquecidas, interpretação zero (já vi bailarina dançar Nikiya e Aurora com a mesma cara de paisagem).
Isso quer dizer que eu não respeite a técnica, a tregetória, ou trabalho social A ou B?
Não, respeito muita gente que não gosto.  Admiro muito professor e bailarino que não gosto DANÇANDO. O que as pessoas fazem fora do palco é outra história.

Tem muito bailarino ruim que é excelente professor. Assim como tem bailarinos divinos que não deviam dar aula pq não sabem ensinar. Pessoas que foram bailarinos incriveis a acham que isso passa no sangue e só sabem por os filhos na frente, negligenciando bons bailarinos (muitas vezes matando um talento).

Eu não gosto de bailarina A, B, C, D, E... A²... z³²! Não gosto!!!!!!! É um direito que me assiste!

E igualmente, como no caso dos Beatles, dança contemporânea e ballet, é triste, muito triste, mas a dança árabe não espaca disso, virou uma competição de virtuoses,  quem tem mais quadril solto, a meia ponta mais alta, o movimento mais complicado, mais alunas no palco, mais prêmios, mais cursos, o figurino mais caro, mais coreografias no festival tal... Mas isso nem sempre se traduz em qualidade na arte.
Tem gente que eu adoro dançando, mas não gosto de ver o trabalho que faz com os alunos (A). Tem bailarina que eu acho o Ó e tem alunas muito boas(B)! Tem bailarina que foi divina, que a escola matava a pau, mas agora deixa desejar (C). Outas que eram muito fracas, muito sem graça, muito sem noção, mas que ao longo do tempo mostram que estão estudando, que estão evoluindo(D). A bailarina mata a pau num estilo específico, as alunas são um luxo, a técnica é perfeita (E).  E respeito todos os  casos .

Caso A
Tem bailarina que é divina dançando, que te arrebata com cada apresentação, mas não consegue transmitir isso. As alunas não aprendem o grupo não evolui, as apresentações são sempre “Xuxa e suas Paquitas”, entretanto as alunas apresentam boa técnica.  Não deixo de respeitar e muitas vezes gostar da bailarina por isso. Não gosto do grupo ou dos trabalhos em grupo. Não confundam isso com eu não gostar da fulana ou beltrana.  Ela pode ter dificuldades para se explicar, pode ser uma questão didática/metodologica, pode ser que ela tenha aprendido assim, pode ser que as alunas ainda não tenham chegado lá, pode ser que as alunas não gostem de estudar... Um monte de coisas.

O que eu não gosto e não respeito é quem só quer ganhar dinheiro. Está se lixando para o aprendizado das alunas e só quer por gente no palco para fazer número. Não corrige, não ensina e fica enrolando as pessoas por anos (o conhecimento que ela tem é para poucas eleitas, a “panelinha”).  Para elas o que importa quantidade e o figurino caro (onde elas tiram uma bela comissão). Quem tem que dançar bem é ela, as alunascabe idolatrarem-la querendo chegar à ponta do dedo minimo (se sentindo a abaixo do coco do bandido). Não gosto e não respeito o que ela faz, vou continuar achando que a mulher arraza no palco.

Caso B
Tem bailarina que eu não soubesse quem era a professora, ia jurar que aprendeu a dançar com um curso pelo correio. E quando tu fazes aula com a pessoa te surpreende. A mulher conhece de mais! Sabe ensinar, sabe transmitir conhecimento, tem material para passar. Insentiva as alunas a estudar (ve-se ela e as alunas em tudo quanto é curso). Cada aluna é única, com estilo próprio.

Mas, também tem quem não está nem ai. Aprendeu a dançar na era do guaraná com rolha e nunca mais quis saber. Ou vai aos cursos para fazer social e pegar certificafos, aula que é bom, nada... E as alunas são cópias suas.
Caso C

A Bailarina era sensacional, cada vez que pisava no palco era um verdadeiro desbunde. Mas ai... A Sindrome do Paetê/ Estrelismo a pegou... Ai ela acha que não tem mais que estudar, acha que os reres mortais estão ali para louvar seu nome e que qualquer coisa que ela faça vai ser mais do que bom. Seu comportamento se espalha pelo grupo... Algumas pessoas vão embora, procuram outras professoras, vão continuar estudando e continuar o bom trabalho que vivenciaram. Ou seja, não é que agora o trabalho da pessoa decaiu que se deve esquecer o que ela já fez ou a repercução do seu trabalho. MAS EU NÃO TENHO QUE GOSTAR DO QUE ELA FAZ AGORA. Não conseguir ver ou reconhecer que a pessoa involuiu é FANATISMO. E em algusn caso parece até uma ceita. As alunas não podem nem sair para fazer curso ou workshop com mais ninguém. Só ela é a detentora do conhecimento. Faça-me o favor...

Caso D
Tem bailarina que a evolução é enorme. Às vezes é meteórica e m outros casos lenta e gradual. Particularmente fico muito feliz quendo vejo alguém dançando depois de um tempo e vejo uma melhora. Não importa se foi na técnica, na leitura, na interpretação... Mas ela evoluiu! Estudou, treinou, ouviu mais, leu mais... Ela está buscando crescer e isso merece respeito.

O que não dá é para ver a criatura dançando a mais de 15 anos a mesmissima coisa... Não estuda, não incentiva as alunas a estudar, não troca nem de música ou usa a música da moda, com a leitura musical que todo mundo já fez (chegando a plagiar). Vai estudar, se atualizar!!!

Caso E

Cada bailarina tem um estilo, usa uma técnica que estudou e pode ser muito boa nela. Mas eu não preciso gostar ou ter de estudar o mesmo para respeitar o trabalho da bailarina. Simples assim. Eu posso querer aprender técnica x, y ou z para aprimorar algumas coisas na minha dança. Estudar muitas coisas, na minha opinião, é ampliar seu “vocabulário” em dança. Entretanto é preciso saber que estas poéticas vão se acumulando no corpo, vão fazendo marcas na forma que nos movimentamos. E isso também faz o estilo pessoal de cada uma.
Contudo, se tu queres usar um estilo, ESTUDA! Procura um professor bom e faz aula regular. Fazer um workshop não te faz uma especialista e nem te habilita a dar aulas...

Sim há esperança!

Ah, sim, existe gente muito boa.  Tem um curso estruturado que te permite aprender, etapas tranquilas e claras, respeita o estilo de cada aluna, incentiva o estudo ( não só de técnica como música e cultura), faz tudo mundo estudar e ensair para fazer um bom trabalho.  Dança horrores e as alunas também arrazam.
Então, se esta a procura de uma escola para fazer aula, procure saber da tragertória, veja vídeos, pesquise o estilo da escola, a postura da professora e seja feliz com suas escolhas.

Comentários

  1. É por isso que nem sempre somos queridas hehehe...falamos a mais pura verdade, sem puxar o saco de ninguem. CONCORDO plenamente...Gosto de muita gente como gente, não como profissional e vice-versa e jamais vou ser hipócrita, dar um sorrisinho e falar mal pelas costas. Sou verdadeira assim como tu Hanife, e as pessoas não sabem lidar com a realidade.

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  2. Magníficas tuas análises Hanife, meus parabéns pelo texto!

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